domingo, 18 de dezembro de 2011

O começo



Minha primeira postagem, viva! Tá, tá, eu sei que esse blog não vai ser muito popular nessa vida. Até porque eu decidi falar sobre livros, minha paixão, e ninguém nesse país costuma ler tanto assim que acessaria um blog para saber minha opinião sobre páginas impressas. Mas whatever, ainda assim decidi escrever o que as pessoas ao meu redor nunca estavam interessadas em ouvir.
E nada melhor para começar do que com um de meus livros mais-que-preferidos: A menina que roubava livros.
Quando eu comprei esse livro, sinceramente não sabia o que esperar. Ele estava há umas cinco semanas na lista dos mais vendidos da Veja, o que significa que poderia ser uma grandessíssima porcaria tranquilamente. Além disso, o tema era tão batido que poderia virar claras em neve: a Segunda Guerra Mundial, como ela mudou o mundo, como Hitler era um monstro, blá-blá-blá. Mas o que me convenceu a gastar meu suado dinheirinho foi a contracapa:

"Uau, véi, a morte contando uma história! Deve ser tãããããão surreal!"
É, foi exatamente o que pensei. Tive a impressão que o livro seria um tanto lúgubre, meio monótono e original.
Impressão completamente correta.
Veja bem, seria totalmente fora do contexto a Morte em pessoa contar uma história divertida sobre uma menina que vive altas aventuras e divertidas confusões com sua turma do barulho na Alemanha nazista, em plena Segunda Guerra. O livro foi triste, sério, divertido e melancólico como devia ser.
Ainda assim, o estilo do autor me deu uma certa, como dizer... sonolência no começo. Se demorava demais em detalhes, dava voltas sem sair do lugar, a história não se desenvolvia. Era chato, sim. Mas a Morte não tem pressa alguma. Com a idade da própria vida, ela aprendeu a não se prender por detalhes, tais como a história do pai de Liesel, ou o que aconteceu com a sua mãe. Talvez importe muito mais como estava o céu naquele dia, ou como se deve enterrar um corpo corretamente. Se a Morte acha isso interessante, talvez devêssemos refletir o que nós realmente achamos interessante, e por quê.
E Markus Zusak fez isso com maestria. A cada capítulo, ele me dava margem para pensar sobre o capítulo, as almas, Liesel e Rudy, a amizade, o primeiro amor, ou simplesmente sobre a neve. Como sua narradora tem literalmente todo o tempo do mundo, graças a Deus não tem a mania irritante de terminar cada capítulo com uma coisa incrivelmente fodástica. Nem nos faz prender a respiração e ler tão rapidamente que os olhos chegam a arder, como alguns livros insistem em fazer (COF COF Morada da Noite COF COF)
Ela também não tem pressa de chegar ao fim, como nos diz em certo momento. Até mesmo revela o desfecho no meio do livro! Mas nos faz querer chegar ao fim de qualquer jeito.
E o fim... ah, o fim. Tão triste como imaginávamos. Quando Liesel vê o pai sentar-se novamente (não dou spoilers tão grandes assim, não se preocupe), eu tive que parar a leitura, assoar o nariz, lavar o rosto e esperar meus olhos desincharem para poder prosseguir. E quando prossegui, o fim teve um final tão bom que por algum tempo não consegui ler mais nada.
Só tenho uma dúvida: ela ficou com o Max?

Título: "A menina que roubava livros" (The Book Thief)
Autor: Markus Zusak
Editora: Intrinseca (no Brasil)
Ano: 2005
Motivos para dar de presente: muitos, desde que você já tenha um

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