domingo, 1 de janeiro de 2012

O doador



Oi! Como passaram as festas de fim de ano? Provavelmente alguns de vocês estão bêbados demais pra responder, mas tudo bem.
Feliz ano-novo pra você que engravidou na virada e ainda não sabe!
Feliz ano-novo pra você que tomou tanto que desmaiou 23h30!
Feliz ano-novo pra você que acordou nu na cama com um completo estranho!
Feliz ano-novo pra você que acordou nu e não faz idéia do que aconteceu!
Eu não tive esses privilégios. Lamento.
Pois bem, pra começar o ano muito bem, trouxe um livro não muito conhecido, que traz o espírito de Natal de forma inusitada, mas leve.
Na verdade, não. Se eu estivesse de TPM, choraria muito. Mas como não estava (graças a Deus), somente o achei bom.
O Doador é um livro meio confuso. Escrito por uma mulher – provavelmente na TPM – ele conta a história de um futuro onde a sociedade decidiu que o mundo não estava bom. E os culpados eram a escolha e os sentimentos.
O resultado é que vemos uma sociedade perfeitamente organizada. Todo mundo se sente bem. Quando chega a hora, as crianças são indicadas para um emprego que combine com elas, aos adultos são escolhidos seus parceiros e filhos. E seus nomes. E seus horários. E ninguém tem memória.
Apenas um homem as retém, para que esse mundo não cometa os erros do passado.
Uau, lendo assim parece muito interessante!


Acontece que eu não achei lá essas coisas.
Ele não empolga, mas compreendo, afinal, se acontecesse brigas, lutas, guerras e amores proibidos, iria ficar meio fora do contexto, certo?
O que eu não perdoo é que o livro passa O TEMPO TODO a típica mensagem norte-americana de que NADA é melhor que a liberdade de escolha.
Poder escolher sua blusa é melhor que a erradicação da fome, das doenças, da pobreza, das guerras, da depressão ou qualquer outra mazela da humanidade.
Sério, esse tipo de filme ou livro me enoja. Essa “liberdade” não é desfrutada nem por um terço da população mundial, mas todo mundo corre defendê-la na primeira oportunidade, só porque viu um filme lindo onde o mocinho faz um lindo discurso no final.
Pelo livro não tem ninguém insatisfeito com a situação. Não é uma falsa realidade, onde as pessoas acham que estão bem, porém o governo come criancinhas no porão. Nenhuma criança passa fome, ninguém é pobre, as pessoas têm escola, comida e casa de graça, todos têm seus empregos e famílias perfeitamente ajustados, a comunidade se ajuda o tempo todo, e as autoridades não vêem necessidade de entrar em guerra por causa de petróleo nem de aumentar seus salários 500% ao ano.
E se o livro queria fazer uma crítica ao comunismo, se saiu tão mal quanto eu dançando balé. O único no mundo que faz isso é George Orwell, e não haverá ninguém depois dele.
E rezem para que meus desejos de ano-novo não se realizem, ou o Rei Artur vai voltar, Homer Simpson vai liderar uma revolução anarquista, haverá uma luta entre He-man e Goku no dia 21 de dezembro, pokemons andarão sobre a Terra e o meu será o Articuno!
Peguei primeiro! RÁ-RÁ!
E isso anulou toda a seriedade do meu texto. ¬¬

Título: O doador (The giver)
Autora: Lois Lowry
Editora: Sextante
Ano: 1993
Motivos para dar de presente: não, por favor...

Um comentário:

  1. Sarah, por que você não me indicou seu blog antes?
    Muito bom ver que se tornou em uma devoradora de livros, e adorei as críticas que você fez sobre este. De fato, um livro onde tudo corre assim tão bem é uma utopia tão idiota quanto acreditar que o mundo vai mesmo acabar este ano.
    Parabéns pelo blog, já vou me inscrever, seguir, compartilhar sempre que puder e comentar sempre que surgir uma postagem nova.

    Beijos!

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